quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe suína (2) By José Saramago


Continuemos. No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um relatório sobre a “produção animal em granjas industriais, onde se chamava a atenção para o grave perigo de que a contínua circulação de vírus, característica das enormes varas ou rebanhos, aumentasse as possibilidades de aparecimento de novos vírus por processos de mutação ou de recombinação que poderiam gerar vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”. A comissão alertou também para o facto de que o uso promíscuo de antibióticos nas fábricas porcinas – mais barato que em ambientes humanos – estava proporcionando o auge de infecções estafilocócicas resistentes, ao mesmo tempo que as descargas residuais geravam manifestações de escherichia coli e de pfiesteria (o protozoário que matou milhares de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores).

Qualquer melhoria na ecologia deste novo agente patogénico teria que enfrentar-se ao monstruoso poder dos grandes conglomerados empresariais avícolas e ganadeiros, como Smithfield Farms (suíno e vacum) e Tyson (frangos). A comissão falou de uma obstrução sistemática das suas investigações por parte das grandes empresas, incluídas umas nada recatadas ameaças de suprimir o financiamento dos investigadores que cooperaram com a comissão. Trata-se de uma indústria muito globalizada e com influências políticas. Assim como o gigante avícola Charoen Pokphand, radicado em Bangkok, foi capaz de desbaratar as investigações sobre o seu papel na propagação da gripe aviária no Sudeste asiático, o mais provável é que a epidemiologia forense do surto da gripe suína esbarre contra a pétrea muralha da indústria do porco. Isso não quer dizer que não venha a encontrar-se nunca um dedo acusador: já corre na imprensa mexicana o rumor de um epicentro da gripe situado numa gigantesca filial de Smithfield no estado de Veracruz. Mas o mais importante é o bosque, não as árvores: a fracassada estratégia antipandémica da Organização Mundial de Saúde, o progressivo deterioramento da saúde pública mundial, a mordaça aplicada pelas grandes transnacionais farmacêuticas a medicamentos vitais e a catástrofe planetária que é uma produção pecuária industralizada e ecologicamente sem discernimento.

Como se observa, os contágios são muito mais complicados que entrar um vírus presumivelmente mortal nos pulmões de um cidadão apanhado na teia dos interesses materiais e da falta de escrúpulos das grandes empresas. Tudo está contagiando tudo. A primeira morte, há longo tempo, foi a da honradez. Mas poderá, realmente, pedir-se honradez a uma transnacional? Quem nos acode?

Gripe suína (1) By José Saramago


Não sei nada do assunto e a experiência directa de haver convivido com porcos na infância e na adolescência não me serve de nada. Aquilo era mais uma família híbrida de humanos e animais que outra coisa. Mas leio com atenção os jornais, ouço e vejo as reportagens da rádio e da televisão, e, graças a alguma leitura providencial que me tem ajudado a compreender melhor os bastidores das causas primeiras da anunciada pandemia, talvez possa trazer aqui algum dado que esclareça por sua vez o leitor. Há muito tempo que os especialistas em virologia estão convencidos de que o sistema de agricultura intensiva da China meridional foi o principal vector da mutação gripal: tanto da “deriva” estacional como do episódico “intercâmbio” genómico. Há já seis anos que a revista Science publicava um artigo importante em que mostrava que, depois de anos de estabilidade, o vírus da gripe suína da América do Norte havia dado um salto evolutivo vertiginoso. A industrialização, por grandes empresas, da produção pecuária rompeu o que até então tinha sido o monopólio natural da China na evolução da gripe. Nas últimas décadas, o sector pecuário transformou-se em algo que se parece mais à indústria petroquímica que à bucólica quinta familiar que os livros de texto na escola se comprazem em descrever…

Em 1966, por exemplo, havia nos Estados Unidos 53 milhões de suínos distribuídos por um milhão de granjas. Actualmente, 65 milhões de porcos concentram-se em 65.000 instalações. Isso significou passar das antigas pocilgas aos ciclópicos infernos fecais de hoje, nos quais, entre o esterco e sob um calor sufocante, prontos para intercambiar agente patogénicos à velocidade do raio, se amontoam dezenas de milhões de animais com mais do que debilitados sistemas imunitários.

A história do REIKI

Houve muitas lendas sobre milagres de cura dos Grandes Mestres, mas os relatos ficaram perdidos. Não encontrando provas concretas, os que acreditavam, guardaram para si, pois sabiam que não havia modo de provar o que acreditavam.

A história do REIKI se desenrola desde os primórdios da humanidade, certamente mais antigo que qualquer relato escrito.

O REIKI é uma parte de cada um de nós. Um dia foi universal e nunca deveria ter-se perdido. Na antiga civilização, hoje conhecida como MU, as crianças recebiam treinamento em REIKI I no começo da escola primária, em REIKI II durante o colegial, já o REIKI III, o treinamento de Mestre, era exigido dos educadores e estava disponível a quem quisesse recebê-lo. Quando as pessoas da cultura-raiz deixaram a terra de MU para colonizar o que hoje é a Índia e o Tibete, o REIKI continuou com elas, embora MU, posteriormente, tenha se perdido. As mudanças na terra, que primeiramente destruíram a Atlântida, produziram vários conflitos culturais, obrigando que o sistema de cura fosse conhecido só por poucos eleitos. Quando, no século XIX, um japonês buscou a origem do método de cura de Jesus e Buda, ele a encontrou entre os vestígios da cultura primeva de Shiva, nos ensinamentos esotéricos da Índia.

No Tibete existem registros de cura através das mãos há mais de 8 mil anos. Essas técnicas se expandiram pela Grécia, Egito, Índia e outros países apesar de a técnica ter-se perdido nos últimos dois milênios.

Existem fatos que indicam ter Jesus praticado REIKI no Egito. Jesus aplicava a técnica com muito sucesso e também dizia a seus apóstolos «curem os que estiverem doentes».

A história do REIKI começa em 1822, na cidade de Kyoto, no Japão. Existia um pequeno seminário cristão, cujo deão era Mikao Usui. Questionado pelos seus alunos sobre como Jesus realizava esses milagres e ainda se alguém mais poderia curar da mesma forma, não soube responder. Embora tivesse compreensão intelectual da Bíblia, não compreendia a maneira que Jesus curava.
Dr. Mikao Usui

Conta-se que este questionamento mudou a vida de Usui. Demitiu-se do cargo que ocupava no seminário e viajou para a América. Em Chicago, estudou Teologia e línguas antigas, formou-se doutor.

Durante seus estudos, o Dr. Usui aprendeu que Buda também realizava os mesmos milagres que Jesus, curando doentes e tendo um controle sobre a energia, canalizando o poder de Deus e do Universo.

Ao retornar ao Japão, o Dr. Usui começa a questionar os membros das diversas seitas do Budismo, se eles poderiam curar o corpo das pessoas como Buda curava. Os Budistas o informaram que a cura do corpo e do espírito não tinha ligação e que eles estavam concentrados na cura do espírito e não do corpo. Eles sentiam que o corpo e o espírito eram separados e que o espírito é que precisava de cura. A cura do corpo deveria ser feita por aqueles que se dedicavam à Medicina.

Dr. Usui, ao chegar a um mosteiro Zen-Budista, pediu permissão e foi aceito, para estudar. Por muitos anos, sob a direção do monge Zen, estudou os Sutras e os ensinamentos de Buda. Leu todas as traduções japonesas e não encontrou o que buscava. Consultou novamente o monge Zen e este lhe disse para meditar e receber a resposta interior. As meditações levaram usui a aprender chinês.

Após alguns anos, foi levado a estudar sânscrito. O sânscrito é a raiz de todos os idiomas e, portanto, haveria possibilidade de descobrir o que tanto buscava. Em poucos anos, o Dr. Usui conseguiu a maestria no sânscrito e pôde ler os livros sagrados do Budismo Tibetano. Nesses livros ele encontra os escritos que sente serem a chave para a cura. Mas, no seu achado, ele não encontrava como utilizar aquelas chaves e nem tinha como se certificar de que aquilo era realmente o processo correto de cura. Os textos não incluíam a informação de como ativar a energia e fazê-la funcionar.

Como tem sido afirmado, essa falta de informação nos Sutras (manuscritos em sânscrito) era intencional, feita com freqüência para manter os poderosos ensinamentos longe do alcance de mãos não preparadas para conhecê-los e usá-los corretamente.

Novamente o Dr. Usui pede orientação ao monge tibetano e decide meditar na montanha sagrada do Japão, o monte Kuri Yama. Durante 21 dias ele medita e ora pedindo a iluminação. No 21º dia, ele acorda ao alvorecer e ainda está escuro. Levara consigo 21 pedrinhas para não perder a noção do tempo e joga a última delas. Ele reza pedindo novamente a Deus que confirme o seu achado e que lhe seja dada clareza e iluminação de como usar o conhecimento.

Ao jogar fora a última pedrinha, uma luz aparece no leste. Esta luz começa a se tornar mais brilhante e se aproxima do Dr. Usui. Ele fica assustado, ameaça fugir. Então, escuta a voz dizer: «Você buscou por 21 anos e tem jejuado nesses 21 dias. Você tem pedido a iluminação e confirmação e agora quer fugir?». Ele aquieta o seu intelecto, dizendo a si mesmo: «Se a luz é para mim, aceito a iluminação».

A luz se torna mais brilhante e corta os céus como um relâmpago e lhe toca o terceiro olho. Usui tem a sensação de estar morrendo. Ele nunca se sentira assim e seu campo de visão parece um arco-íris. Fora deste arco-íris aparecem luzes dourada e branca. Cada uma destas bolhas é como uma lâmpada contendo os caracteres sânscritos que ele descobrira nos Sutras Tibetanos. Uma voz parecia lhe dizer: «Estas são as chaves da cura; aprenda-as, não as esqueça e não permita serem novamente perdidas».

Dr. Usui olhava para os céus e ouvia a voz… até que se sente desperto e o sol está alto e ele diz para si mesmo: «eu tenho as chaves para a cura, eu não as esquecerei e não permitirei que se percam». E quando ele sente que não morrera, que ainda estava na terra, começa a descer a montanha, profundamente excitado e apressado. Ele quer voltar ao mosteiro e dizer ao monge o que aconteceu.

Na sua pressa em descer a montanha, o Dr. Usui machuca o pé e consegue parar o sangramento com o processo que acabara de aprender. Ele sente as suas mãos diferentes, elas estão muito quentes. Ao chegar ao pé da montanha ele tem fome. Pára numa estalagem onde são servidos os que estão em peregrinação. Ele insiste com o estalajadeiro para ter uma refeição «normal» e é atendido. Apesar dos 21 dias de jejum, ele come tudo e tem uma boa digestão completa.

Quem o serviu foi a neta do estalajadeiro, e ela tem o rosto inchado e o dente infamado. O Dr. Usui pergunta se ela aceita ser curado e usa o processo que acabara de aprender. O inchaço e a inflamação cedem e em poucos minutos a garota está bem. O estalajadeiro não aceita o pagamento da comida porque o Dr. Usui lhe presta um grande serviço, eles moravam longe e não tinham como pagar por assistência médica.

O Dr. Usui volta ao mosteiro e conversa com o monge. Ele trata o monge e o cura de uma artrite. Mas agora que ele tem as chaves da cura, ele quer saber mais como desenvolvê-las. Então resolve deixar o mosteiro e morar no bairro dos mendigos, curar os enfermos e aflitos.

Durante sete anos ele ministra a cura desde o amanhecer até tarde da noite. Ele curava a todos e era disciplinado e dedicado. Ele compreende como o REIKI flui pelo seu corpo e como o corpo se curava.

Um dia, o Dr. Usui encontra um pedinte cujo rosto lhe parecia familiar e o interroga. Ele se identifica como um dos primeiros mendigos a quem o Dr. Usui curara. O Dr. Usui lhe pergunta por que ele continua mendigo e o pedinte explica que fez tudo o que lhe fora mandado fazer depois da cura – fora ao Templo e recebera um nome, conseguira um emprego e se casara. Mas tudo isso era muita responsabilidade e ele decidira continuar mendigo. Sendo mendigo, ele não tinha que assumir responsabilidades por si mesmo.

O Dr. Usui decide então deixar o bairro dos mendigos. Retornando ao mosteiro, ele agradece por todos os ensinamentos que lhe foram dados no monte Kuri Yama. Ele medita sobre tudo o que acontecera. Compreende que fizera o contrário do que os Budistas vinham fazendo e que, ao se preocupar com a cura do corpo, ele esquecer da cura do espírito. Compreende que a pessoa em tratamento também tem de assumir a responsabilidade pelo seu processo de cura. Os Mestres da Cura Espiritual o levaram a compreender muitas coisas transmitindo-lhe os Cinco Princípios Espirituais do REIKI. Ele compreende que distribuíra a cura sem que o outro assumisse a responsabilidade pelo tratamento e não trocasse a energia pelo serviço. Dr. Usui compreendeu que os Cinco Princípios acrescentavam uma dimensão espiritual à cura física.

O Dr. Usui compreende também que, ao dar a cura sem que houvesse esforço pessoal de quem a recebera, não lhe era dado valor e ainda, que ao dar simplesmente, ele ajudara a imprimir padrões de miséria na mente dos que tratava.

Tudo isso trouxe transformações à vida de Dr. Usui e ele compreende que o REIKI é um processo de transformação de consciência que vem do coração e que é através do coração que a plenitude da vida pode ser obtida. Ele compreende também que a aplicação dos Cinco Princípios na vida quotidiana leva a essência a se manifestar em todos os níveis da vida da pessoa. E que a forma como as pessoas agem, reagem e compreendem a si mesmas e aos outros muda para se centrar na consciência divina EU SOU.

A partir daí, o Dr. Usui passa a ensinar o REIKI por todas as ilhas do Japão. Entre os anos de 1850 e 1898, quando morreu, tinha formado 18 mestres, dentre estes o Dr. Hayashi, que o sucedeu.

Não há registros escritos do Dr. Usui. O que se estabeleceu como aprendizado do REIKI foi mantido como conhecimento «de boca a ouvidos».

Durante o período em que viajou pelo Japão, o Dr. Usui chegava às cidades onde não conhecia ninguém e caminhava pelo mercado carregando uma tocha acesa. Muitos riam dele – o homem tolo que carregava uma tocha acesa em pleno dia. Mas isto atraía a atenção das pessoas e o Dr. Usui as convidava para as reuniões m que as pessoas manifestavam o desejo de aprender o processo do REIKI. É desta forma que o Dr. Usui encontra o Dr. Chujiro Hayashi, um oficial da Marinha, de família rica e tradicional e que é o responsável pela montagem do que foi a primeira clínica de REIKI no Japão, localizada em Tóquio.


Dr. Chujiro Hayashi


Dr. Chujiro Hayashi torna-se o Grande Mestre de REIKI com a morte do Dr. Usui. Formou 16 mestres, entre eles, duas mulheres, sua esposa Chie Hayashi e Hawayo Takata, que trouxe o REIKI para o Ocidente.

Hawayo Takata



Consciente da importância do REIKI, o Doutor em Medicina Hayashi colheu comprovações de tratamentos, produzindo assim ampla documentação que demonstra que o REIKI além de encontrar a fonte dos sintomas físicos revitaliza o corpo na sua totalidade.

Com todas essas informações e comprovantes de tratamentos, Dr. Hayashi repensou as posições e pôde sintetizá-las em níveis, para uma aplicação mais eficaz.
Tirado do blog:Devezenquandário

O QUE É O REIKI?

REIKI é a palavra japonesa que significa energia vital universal. Atualmente, essa palavra está sendo utilizada para identificar o Sistema Usui de Cura Natural, uma antiga arte de curar pela imposição das mãos, redescoberta no Japão no século XIX pelo Dr. Mikao Usui (monge cristão de origem japonesa). A tradição REIKI, porém, já era mencionada em sânscrito pelos antigos Sutras da Índia há mais de 2.500 anos.

«REI» significa universal e refere-se à parte espiritual, à essência energética cósmica, que permeia todas as coisas e circunda todos os lugares.
«KI» significa uma parcela do REI que flui através de tudo aquilo que vive, é a nossa própria energia vital.

Essa energia vital recebeu nomes diferentes em cada cultura: chamada pelos cristãos Luz, pelos hindus Prana, pelos Kahunas Maná, pelos chineses Chi e pelos russos energia Bioplasmática; os índios iroqueses americanos denominam-na Orenda; em hebraico é chamada Ruach, Barraka nos países islâmicos e, finalmente, no Japão, Ki.

O REIKI é um processo de encontro dessas duas energias: universal com a nossa porção física, e ocorre após a pessoa ser submetida a um processo de sintonização ou iniciação do método feito por m mestre habilitado.

REIKI é um sistema completo para a autotransformação e evolução.

Ao assumirmos o REIKI como disciplina diária, qualificamos nosso campo energético, desbloqueando nossos traumas, expandindo assim a energia amorosa do nosso ser.
Mahmoud Darwish (1941-2008) - Poeta palestino, testemunhou a destruição de sua aldeia, Al Birweh, durante a implantação do Estado de Israel em 1948.

Chamada da tumba

Em memória do massacre de Kafr Kassem*

I
Minha morte aconteceu há oito anos
Tenho a mesma idade de meu pai
Chamamos a todos os viventes
A todos os que querem viver por muito tempo
Sobre a terra
Não debaixo dela
A todos os que querem
Que a trigo madure em seu campo
Semear e colher
Que a massa fermente em seus lares
Fazer o pão e comê-lo
Nós lhes pedimos: não durmam
Se querem viver por muito tempo
Sobre a terra
Não debaixo dela
Montem guarda... aqui o sol é de barro e miséria
Nossa idade se conta em anos de morte
Minha morte aconteceu há oito anos
Tenho a mesma idade de meu pai

II
Dizemo-lhes
Não queremos sobre nossas tumbas
Nem água nem flores
Nada está vivo aqui
Apenas os casulos de víbora e os vermes
Dizemo-lhes
Não queremos roupas de luto
Não há na tumba outra cor
Que a preta
Dizemo-lhes
Não queremos canções tristes
Intermináveis
Dormimos aqui
E nosso retorno é impossível
Dizemo-lhes
Cantem pela terra que permanece
Rebelem-se
Ensinem nossa história sombria
Aos filhos
A fim de que nosso sangue
Permaneça na bandeira dos criminosos
Como sinal de catástrofe
Pedimos-lhes
Protejam os fracos das balas
Para que os que vivam fiquem salvos
E os que nascerão no futuro
Ainda goteja a fonte do crime
Obstruam-na
E permanecem vigilantes
Prontos para o combate

*Cidade convertida em santa após o massacre de 29 de Outubro de 1956.

Das utopias

Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

(Mário Quintana)

Confissão de um terrorista!



Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas
Praticaram odiada apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Seqüestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles... mataram um terrorista!

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terça-feira, 28 de abril de 2009

TRIANGULO SEXUAL DE TRÊS


Para começar a semana muito bem, resolvi dizer para a minha pessoa o seguinte: - Pataxó, eu te amo...!. E não é que adorei me ouvir...rsrsrs...? Estranhamente percebi que não dói dizer isso e/ou ouvir. Em princípio, fiquei meio que surpresa... arregalei bem os zóio e... processei toda a força da natureza de cada letrinha dessa fala... saboreei... sorvi... e me deliciei... uÁuuuu... E não me contive, respondendo: - Num é que sou demais, mesmo...rsrsrs...?! Só que, tá faltando alguém em Nurennberg...rs! Essa história de eu amar a mim mesma ( de forma incondicional...!?!?!) sem deixar espaços para mais “alguéns” – é entediante se não houver um sexo masculino, homem e macho no meio...! Aí, sim, tudo melhora e adquire formatos e volumes preciosos. Daí, sendo a minha pessoa e eu, exigentes, pra começar, faz-se necessário ter uma qualidade ISO 14 000, nessa relação a três...rsrs! Então, nós, a minha pessoa e eu... PROCURAMOS! Homem, do sexo masculino mesmo e muito macho... com o cérebro e massa cinzenta poderosos, ou seja, inteligente e com bagagem intelectual refinada, que não deixe a vida escapar ralo abaixo, ao se pensar SENHOR DO TEMPO. Também não é necessário ser acionista do FMI, e só...!! Vejam bem, como a minha pessoa e eu somos simplezinhas...?!? ATENÇÃO: Por favor pegar senha nos seguintes horários: de 22h às 5h e obedecer à fila, que está dobrando o quarteirão. (o número de senhas vai apenas até 5 000/d). Dispensa-se MINOTAUROS.
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Fonte: 27/04/2009 Publicado por pataxó - http//pataxo.lima.fotoblog.uol.com.br


segunda-feira, 27 de abril de 2009

para hj


"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."Guimarães Rosa

domingo, 26 de abril de 2009

para os ficantes

O texto é do Rogério Niffinegger, professor titular do departamento de Psicologia da UFMG.


Caro ficante,

Dirijo-me, agora, a você que tem "ficado", só "ficado".

Porque "ficar" e, não, ficar?

Tecnicamente, você sabe, "ficar" não é ficar, é um estar temporário, sem compromissos e aspirações.

Assim, você também sabe, é da essência do "ficar" não ficar.

O "ficante" típico faz a "ronda", vai de bar em bar, de danceteria em danceteria e vai "ficando", "ficando"... sem ficar, passando...

Ás vezes este "ficar" significa, apenas, conversar com alguém. Ás vezes, dançar, preferencialmente não ser tocado, só tocar. O "ficante" pode até ser tocado, mas não pode ser tocado: Tão perto.. e tão longe!"

Outras vezes o "ficar" é mais complicado e envolve sexo, sem envolvimento, é claro. O momento, talvez, de maior intimidade e toque entre duas pessoas deve ser esquecido, não-tocado, a não ser que ela "fique", não é? Mas isto é uma outra história, uma outra vida, talvez.

Porque, não ficar? Ficar exige comunicação, reciprocidade, envolvimento. Como você sabe, é impossível não comunicar, mesmo não comunicando...

Assim, você, caro "ficante", não pode ficar: restará uma lembrança (geralmente para sempre), um perfume, uma palavra, um desejo, um toque.. nem que seja para se lembrar de um sorriso, de um olhar... sem palavras... com tantas palavras a se dizer...

Desta forma, para evitar estas dificuldades e... perigos, é que recomendo a você, caro "ficante", a não se envolver... não sentir... não tocar... não ser tocado...

Seja leal ao seu interdito interno e evite, a todo custo... ficar... porque, justamente, pode... ser bom... entendeu?

Assim, resumindo o anterior, gostaria de lembrar a você: "Quem só fica não fica, passa..."

Não sei, talvez... se você permitir... se sua mente consciente permitir, talvez... você sonhe...

Observe os seus sonhos, sinta os sonhos que estão dentro dos seus sonhos...

Lembre-se: a vida é breve.
Tanto tanto
mas por enquanto
tão pouco
tão puro -
ar do peito sem embrulho.

Tanto tanto
tempo demais no quando
de menos
tanto tempo de menos
ainda mais e mais.

Tanto tanto
lenta agonia em tom de espanto -
pedra voada no vento
que de pesada
levanta levanta.

Tanto tempo
tão pó
deitado no canto
de quem só
delira inverso... "
Gustavo Dias de Miranda
Uma lágrima rolou do meu olho ao perceber
Que era a última vez em que eu ia ver você
Outra lágrima rolou dentro do meu coração
Ao ver a velocidade com que as vidas vão em vão
Quando eu menos esperei, nada mais eu encontrei
Havia desaparecido a lágrima que eu chorei
Mas aquela que escorreu, no meu peito lá ficou
A gota de gosto amargo, com o frio cristalizou
E eu quero saber como proceder
Pra esquecer da tua voz, do teu viver
Porque eu apenas quero caminhar
Sem ter que olhar pra trás
E ver você vivendo em paz
E você sabe que eu já sofri demais aqui
E não vejo a hora de poder ficar junto de ti
E onde você estiver, estarei em coração
Em alma e espírito, através dessa canção
Enquanto a sua ida puder fazer alguém chorar
É sinal que a sua vida ainda não deve acabar
Já que não há saída, eu posso apenas imaginar
Como seria a minha vida sem a sua pra me alegrar

(Fresno)

mudança


Na vida tudo passa, não importa o que tu faça o que te fazia rir, hoje não tem mais graça.
Tudo muda, tudo troca de lugar, o filme é o mesmo, só o elenco que tem que mudar
Que alterar pra poder encaixar, se não for pra ser feliz, é melhor largar..
Então se ligue, e busque felicidade... Pra existir história... Tem que existir verdade
Porque o sol não se tampa com uma peneira, pra quem já ta molhado um pingo é besteira
Renovo minha força vendo o sol se pôr, pensamento longe renovo meu amor. E cada chaga que a gente traz na alma, é a confirmação de que a ferida sara e se restaura, já foi cicatrizada...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

perfil 20 de abril

Todos os anos são meus," diz a alma humana, "não existe época proibida aos grandes espíritos; não há idade inalcançável ao pensamento. Quando surgir o dia em que se dividirá o que é humano e divino, este corpo ficará ali mesmo onde foi encontrado e me reunirei aos deuses. Mesmo agora não estou longe deles; apenas ainda sou detida pela existência terrestre."

Tais esperas da vida mortal são apenas um prelúdio para uma outra existência, melhor e mais durável. Da mesma forma como durante nove meses somos abrigados e preparados pelo ventre materno não para si, mas para onde deve nos lançar quando já somos capazes de respirar e viver ao ar livre, assim, durante esse período que vai da infância à velhice, amadurecemos para um outro nascimento.

Um outro nascimento nos aguarda, uma outra ordem das coisas. Ainda não podemos suportar o céu senão de longe, por isso prevê com coragem a hora decisiva não para a alma, mas para o corpo. A tudo que te rodeia, olha como móveis em um quarto de hospedaria, pois estás de passagem. A natureza despoja tanto quem entra quanto quem sai.

Não te é permitido levar mais do que tens, e até o que trouxeste para a vida ao nascer aqui deverá ser deixado. Perderás a pele, o mais superficial de teus envoltórios; perderás os ossos e os nervos, aquilo que sustenta as partes informes e flácidas de teu corpo.(...) Por que te apegas tanto a estas coisas como se tuas fossem? Apenas estás coberto por elas. Dia virá em que elas serão tiradas e, então, estarás liberto desse ventre repugnante e infecto."

SÊNECA. Aprendento a viver. Porto Alegre, L&PM, 2009, pp. 119-121.

pois é...

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

wonderfuls













caçador de mim

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

Sinto sede,sinto fome de você!
Sinto sede do seu sorriso que encanta a minha alma,
fome da sua voz que instiga os meus sentidos,
excita a minha imaginaçãoe me deixa enlevada de tesão!
Sinto sede e fome da sua boca ávida,fico a imaginar...seriam os seus beijos uma dádiva?
Sinto sede e fome de você!
sede da sua alma,fome do seu corpo...dos seus abraços,do seu cheiro!
Venha amor!sem receios...
sem pudor matar a minha sede,saciar a minha fome,entregar-se a esta paixão
sem medo de viver,deixando apenas a vida acontecer!!