sexta-feira, 5 de junho de 2009

numa noite profunda, quando nem sabes,
me rastejo ao quarto
em silêncio me proximo
sob a luz da vela, observo a tua face
como um feiticeiro
coloco-me as mãos
por cima de ti
quando nem sabes, nem sentes,
quando nem podes me empurar,
deito-me, engostando-me em ti,
suavemente para não te acordar
nesses momentos, penso ditosamente,
que ainda não há perguntas, nem dúvidas
como o rio serpenteamos através do tempo
embaraçados, na profundidade
há ainda peixes, e nas poças
umas mãos, uma boca bebem com paixão
lenta, sériamente, como um ritual.


Tradução: Jasmina Markič

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