quinta-feira, 29 de maio de 2008

PINTURA

Como em outras Artes , a pintura do antigo Egito deve partir da consideração da organização social e das crenças religiosas de um povo dominado pela idéia de outro mundo e de uma concepção dual da pessoa, segundo a qual cada homem possui um duplo ou ka cuja supervivência ficará assegurada enquanto não se destruir o seu corpo ou subsistir a sua representação. Nessa crença, que implicará uma hipertrofia do culto aosmortos, origina-se a maior parte da arte egipcia.

A pintura egípcia, cuja matéria- uma pintura à cola fabricada com cores minerais, é aplicada sobre uma camada de gesso branco que cobre a parede. Usa tintas planas, sem matizações, durante o Impérios antigo (sobre 2700-2260a.C.) e Médio (2060-1786) a.C.), e só com a XVIII disnastia (1560-1309 a.C) começa-se a introduzir o uso dos meios-tons, numa época em que se torna visível certa tendência ao prociosismo. Arte de códigos rígidos, representa os personagens de perfil, conforme a lei da frontalidade: o tronco e o olho aparecem de frente, numa tentativa de representar as diferentes partes do corpo da forma mais caracterizada possível; as pernas aparecem sempre vistas pela sua face interna; os braços costumam estar colados ao corpo, e quando um deles se levanta- à altura do antebraço, geralmente é o mais afastado.
De resto, as cenas aparecem perfeitamente estruturadas e, desconhecendo as leis da perspectiva, os pintores situam as figuras humanas e animais em várias franjas sobrepostas e bem delimitadas.
A pintura egípcia tem o seu grande campo de ação nas decorações dos monumentos funerários. No interior das tumbas, grandes telas murais aparecem recobertas por relevos e pinturas onde se descrevem as ocupações e o ambiente vital do defunto e se representam cenas de caráater religioso Junto a estas decorações funerárias, deve-se recordar também as de palácios e casas, que adquirem especial importância no Império Novo, e também as pinturas sôbre papiros.

O máximo da pintura Egipcia foi durante o Império Novo, em especial com a XVIII dinastia (1560-1309 a.C.) Nessa época encontramos uma aspiração à delicadeza, uma certa distensão, que faltavam anteriormente. as figuras tornam-se mais estilizadas, os artistas procuram refletir o movimento e, ao mesmo tempo que se entregam à uma grande variedade temática, tentam exibir com grande preciosismo o espetáculo da natureza. As representações de pássaros e peixes nos pântanos, jardins e estanques alcançarão depressa, um grau de graça e de naturalismo próximos aos da pintura cretense. Os pintores mostram-se mais afastados das convenções que regiam os baixo-relevos e começam tímidos ensaios de novas disposições espaciais.
Devemos lembrar também na pintura egípcia, os rolos de papiros cuja peça fundamental são os Livros dos Mortos, ricamente decorados, onde continham as instruções para se guiarem depois da morte e eram colocados junto ao defundo, no interior da urna.

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