Na maior parte, os murais egípcios, como na “Cena de caça a aves selvagens”, que está na tumba de um nobre em Tebas, eram criados com a técnica do “falso afresco” (que os italianos denominaram fresco secco). Nesse método, a têmpera é aplicada à argamassa já seca, ao contrário do que acontece na verdadeira pintura a freco (o buon freco), que é feita sobre a massa úmida. A vida selvagem nos brejos de papiros e o gato de caça de Nebamun são mostrados com muita minúcia, mas a cena é idealizada
O nobre está de pé em seu barco, segurando na mão direita três aves que acabou de abater e na esquerda uma espécie de bumerangue. É acompanhado pela esposa, que segura um buquê e usa um traje complexo, com um cone perfumado na cabeça. Entre as pernas de Nebamun, acocora-se sua filha, a pequena figura que apanha na água uma flor de lótus (a composição é um exemplo de como se convencionava determinar as dimensões das figuras conforme a hierarquia familiar e social). Na origem, essa pintura era parte de uma obra maior, que também incluía uma cena de pesca.
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