quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Meio formal (na verdade não tem título,eu inxerida dei)


Sobre o mundo o tenho visto
Com os olhos de quem não crê
Mas se já sinto o que vejo
Em que mais haveria de crer?

Crer pra quê no que não é inteiro
Se já creio que o mundo é minha crença?
E como tenho,eu, tanto lido Caieiro
Alimentei em mim certa desavença

Tal que hei de perguntá-lo em direta
Por que não me vens visitar?
Pois que sou eu a semelhança concreta
De uma face que vivo a “criar”

Que queres que faças eu então?
Vejas tu num espelho meu?
Refaças, pois, minha compreensão
Pois perdi-me em reflexos teus!

Há milhares por esta terra
Tantas faces, rostos...há gente!
E em meu peito então se encerra
Pergunta até inconveniente

Seria tu um quebra-cabeças
De tez colorida, assaz popular?
Que então em minha mente floresça
A fé pra eu acreditar

Que além de existires completo
És ainda uma bela figura
Me desculpe a falta de doçura...
Tu tens também as faces de um feto?

Tens caras e bocas de adulto?
Quais partes as quais deténs?
Quando falas se faz tumulto
Com as várias vozes que tens?

Em tuas mãos há quantos dedos?

Milhões de cabeças pensantes?
Afloram-se assim meu medos
Só pensando em teus semblantes...

Não sei tuas belezas externas
Não ousaria dizer que és feio
Mas tenho em mim partes que creio
Que não tens tu entre tuas pernas

Pois então como tu criaste
Nós seres, teus tantos herdeiros?
Penso que estás no mundo inteiro...
Penso que és o que desejaste...

Achei que eras devaneio prezável
De mentes ignorantes
Mas não há beleza comparável
Nem importância mais relevante

Que esse solo que se formou
Que esse ar que inspiro tão forte
chego a crer que tu projetou
tal breve vida até a morte

Sonhou,pois, com o sal e o mar
Um céu anil tu planejaste
Passei então a confiar
Que estás em tudo com que sonhaste

Creio agora no tangível,visível
Já que tomei para mim um partido
Da idéia que és todo incrível
E que estás em tudo contido.
by Cass Hauer,essa fofoletty aí de cima

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