sábado, 7 de agosto de 2010



Para onde será que vão os pais depois que deixam o planeta Terra?

Ainda posso ouvir suas canções,sua histórias de ninar.Voce tão doce,tão meigo e eu tão curiosa!

Quantos medos extirpados com um único abraço,quanto respeito traçado num único olhar...

Ainda lembro das canções na vitrola,acompanhadas de pequenos passos,assovios e rostos iluminados.Da melhor supresa,um livro novo.Leitura ávida...e os velhos?Ah esses eu costurava as capas que se soltavam,cuidadosamente,pois durex não havia.

Com você,meu pai eu podia tudo,podia mesmo fazer sua barba,com aquela navalha fina.Bastava um olhar , minha potência surgia.Você me encorajava e eu vislumbrava a face lisinha.

Ah..tinha também nossos passeios de barco no domingo.Eu aprendendo a remar,molhava sua roupa de água barrenta do lago e você sorrindo um sorriso que só os pais sabem desenhar.

E por falar nisso,nos meus desenhos de criança,você era sempre enorme como um gladiador.Nas minhas histórias um astuto samurai e para sempre o mais sábio dos homens,com um olhar azul.

Não sei para onde você foi ,mas deixou um indivisível rastro de luz,no qual caminho pra te encontrar.
(Ao meu pai,Urbano Alves da Cunha)

2 comentários:

flaviopettinichiarte disse...

muito Lindo, uma prosa suave , que remete lembranças de qualquer pai..realmente emocionante!!

Geraldo J. Costa Jr. disse...

O texto é lindo. A mim, causa emoção tal a maneira realista, doce e meiga com a qual você fala de alguém que lhe é tão importante. A você, quero crer, deve causar alegria, ter tido a rara felicidade de conviver tão perto com alguém tão especial.
Ele se foi. Afinal, todos se vão. Mas, quero crer, também, que ele está muito perto de você, ao seu lado, toda vez que você expressa, seja em pensamentos, sentimentos ou palavras, ou tudo isso, o amor que você tem por ele. E ele tem por você.