sábado, 3 de janeiro de 2009

BAGAÇO
(Teresa Drummond)

Por que mastigar o bagaço
da esperança?

Fiapo nos dentes...
Farrapo no peito...

De si, o amor antigo vive
inda que desnutrido de presença,
mas nega a sentença do abismo.

Tantas traças...
Rosas secas no emaranhado do corpo
e de cartas
amareladas no silêncio
do não-dito.

O amor antigo subexiste
de sonhos
e de enganos
...até, e somente até,
o desconjulgar do hábito
infinitivo
de amar à toa.

Nenhum comentário: